quinta-feira, 11 de junho de 2009

Como perdemos o sentido das coisas

Quando falamos em consumo abordamos um tema que preocupa a todos. Preocupa aos empresários, pois sem consumo o faturamento das empresas tende a zero. Preocupa ao Estado, pois diminui a arrecadação. Preocupa aos ambientalistas, pois o consumismo gera demanda por recursos naturais escassos e cada vez mais caros. Preocupa as pessoas comuns, mesmo que indiretamente, pois quem não fica de cabelo em pé com as contas do mês, ou os gastos com gasolina, alimentação e etc.?

Mas se o consumo é tão importante, deve ser um meio de se atingir um objetivo nobre, certo? Errado. O consumo na nossa sociedade de maneira geral é irracional. Não segue a lógica de dar-se importância, ou peso maior, as primeiras necessidades. Na verdade observa-se uma demasiada importância em coisas que não tem absolutamente nenhuma importância!

Há algum tempo li uma reportagem (juro que acho o link e publico aqui) que mostrava o aumento do consumo de serviços de telefonia celular (aparelhos, serviços) em detrimento do consumo de outros produtos, até mesmo alimentação! Será que o celular tem alimentado às pessoas? Ou tem reduzido a ansiedade que por sua vez reduziu a fome? Creio que não...
Com o aumento do número de parcelas possíveis do financiamento de automóveis, cada vez mais pessoas tem acesso a este conforto. E aqueles que já tinham carro conseguem trocar por um mais novo... Mas é importante? É necessário? Do que as famílias têm abdicado para realizar o sonho do carro zero? Quantas noites o pai, a mãe, eventualmente algum filho maior de idade, perdem fazendo horas extras ou trabalhando mais para manter esse nível de consumo? Sem contar as contas atreladas ao veículo como IPVA, gasolina, seguro, manutenção?
Como sabemos, não é possível viver em nossa sociedade sem consumir. Mas o que consumimos? Ao que damos importância? Será que minha família tem carro zero, mas não tem plano de saúde? Será que passo o fim de semana lustrando o carro, mas não tenho paciência pra ir a uma feira livre e escolher alimentos saudáveis para meus filhos e para mim mesmo?
Estamos pagando um preço alto por desejar o consumo dos países ricos, sendo que não temos nem mesmo o mais básico. As pessoas tem sido meros fantoches num jogo de interesses que visa o enriquecimento de uma minoria.

Consumo sim, mas consumo consciente!

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