quarta-feira, 17 de junho de 2009

Top X: Top 5 álbuns que mudaram a sonoridade do Rock

É impossível determinar os rumos de um estilo musical com apenas 5 álbuns. Eles servem como referência para as mudanças que ocorreram ao longo dos anos na sonoridade do Rock. Muitos álbuns fundamentais ficaram de fora, então faça justiça e comente-os para um próximo post! Talvez um top 10, 20, 50...?

Chuck Berry is on Top (1959) Chuck Berry

Chuck Berry - Johnny B. Goode
O nascimento do rock é datado do ano de 1955, ficando os historiadores de certa forma divididos entre quem seria realmente o artista que registrou a primeira gravação. É inegável que Elvis Presley e Chuck Berry foram fundamentais para o nascimento do estilo, mesclando Blues, elementos de Country e da música negra norte-americana.
Mas este álbum veio firmar as bases da formação e composição do rock, logo no nascimento do estilo.
Possui a fundamental Johnny B. Goode, um dos riffs mais conhecidos de guitarra. Chuck Berry dá a forma definitiva que a guitarra teria no rock. A formação usada também firmou a guitarra no centro das atenções, dividindo importância e até rivalizando com os vocais.

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) The Beatles

The Beatles - Lucy In The Sky With Diamonds

Os Beatles levaram as melodias e acordes das composições além dos “três acordes”. Neste álbum incorporaram elementos de jazz e música clássica às canções, e lançaram as bases para o psicodelismo e a experimentação que marcaria a próxima década.

Além da música título, estão presentes "Lucy in the Sky with Diamonds" e "With a Little Help from My Friends".

Are You Experienced? (1967) Jimi Hendrix

Jimi Hendrix - Purple Haze

Apesar de sua base sólida no Blues e no Rock, Jimi Hendrix foi acima de tudo um músico desprendido de rótulos. Extremamente técnico, usou o estúdio como uma ferramenta de composição, inovando na sonoridade da guitarra (é possível confundir o som da sua Fender Stratocaster com violinos, cravos, bandolins, gritos, e muitas outras coisas). Lançou as bases para que guitarristas como Eddie Van Halen, Joe Satriani e Steve Vai pudessem existir hoje. "Purple Haze" é um Blues-Rock excepcionalmente bem construído.

Ramones (1976) The Ramones

The Ramones - Blitzkrieg Bop


Quando o Rock estava caminhando para se tornar um novo tipo de Jazz, com músicos cada vez mais virtuosos, técnicas mirabolantes e composições que nenhum Bach ou Bethoven desaprovariam, eis que surgem os defensores dos “três acordes”! A proposta era simplificar o máximo possível, ser honesto. É a época do faça você mesmo, em tudo: na música, roupa, cultura, artes plásticas. O movimento punk serviu, entre outras coisas, para difundir a idéia de que a arte não está longe das pessoas comuns, e este álbum minimalista mostra isso.
Músicas como "Now I Wanna Sniff Some Glue" e "Blitzkrieg Bop" são simples e emblemáticas.

Ten (1991) Pearl Jam
Pearl Jam - Even Flow


Quando o marasmo tinha tomado conta do cenário do Rock e todos estavam cansados do metal-farofa, surge um movimento musical disposto a quebrar as ligações com a cultura “poser” e o enfoque puramente comercial que as bandas estavam seguindo. Este álbum foi lançado alguns dias antes do também fundamental Nevermind do Nirvana, mas eu pessoalmente considero este mais rico sonoramente e com letras mais interessantes. O grunge rendeu frutos pelo mundo todo e retoma a crítica a sociedade e letras engajadas, porém marcantemente irônicas e pessimistas.

Dê sua opinião se discorda/concord com a escolha dos álbuns. Até o próximo Top X !

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Como perdemos o sentido das coisas

Quando falamos em consumo abordamos um tema que preocupa a todos. Preocupa aos empresários, pois sem consumo o faturamento das empresas tende a zero. Preocupa ao Estado, pois diminui a arrecadação. Preocupa aos ambientalistas, pois o consumismo gera demanda por recursos naturais escassos e cada vez mais caros. Preocupa as pessoas comuns, mesmo que indiretamente, pois quem não fica de cabelo em pé com as contas do mês, ou os gastos com gasolina, alimentação e etc.?

Mas se o consumo é tão importante, deve ser um meio de se atingir um objetivo nobre, certo? Errado. O consumo na nossa sociedade de maneira geral é irracional. Não segue a lógica de dar-se importância, ou peso maior, as primeiras necessidades. Na verdade observa-se uma demasiada importância em coisas que não tem absolutamente nenhuma importância!

Há algum tempo li uma reportagem (juro que acho o link e publico aqui) que mostrava o aumento do consumo de serviços de telefonia celular (aparelhos, serviços) em detrimento do consumo de outros produtos, até mesmo alimentação! Será que o celular tem alimentado às pessoas? Ou tem reduzido a ansiedade que por sua vez reduziu a fome? Creio que não...
Com o aumento do número de parcelas possíveis do financiamento de automóveis, cada vez mais pessoas tem acesso a este conforto. E aqueles que já tinham carro conseguem trocar por um mais novo... Mas é importante? É necessário? Do que as famílias têm abdicado para realizar o sonho do carro zero? Quantas noites o pai, a mãe, eventualmente algum filho maior de idade, perdem fazendo horas extras ou trabalhando mais para manter esse nível de consumo? Sem contar as contas atreladas ao veículo como IPVA, gasolina, seguro, manutenção?
Como sabemos, não é possível viver em nossa sociedade sem consumir. Mas o que consumimos? Ao que damos importância? Será que minha família tem carro zero, mas não tem plano de saúde? Será que passo o fim de semana lustrando o carro, mas não tenho paciência pra ir a uma feira livre e escolher alimentos saudáveis para meus filhos e para mim mesmo?
Estamos pagando um preço alto por desejar o consumo dos países ricos, sendo que não temos nem mesmo o mais básico. As pessoas tem sido meros fantoches num jogo de interesses que visa o enriquecimento de uma minoria.

Consumo sim, mas consumo consciente!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ecoe a ecologia...

A preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais sempre foram assuntos que chamaram a minha atenção. A impressão que tinha é que, após tanto tempo lendo, vendo programas de TV e artigos relacionados ao tema, o assunto estaria esgotado e grande parte da população estaria consciente das variáveis envolvidas em se preservar o meio ambiente e o impacto da produção industrial nas nossas vidas. Eu não poderia estar mais enganado!
Ao conversar com as pessoas sobre o assunto, noto que a maioria não tem sequer noção das conseqüências de seus atos. Por exemplo, no mercado outro dia vi pessoas pegando sacolinhas de compras para os mais diversos fins, sem saberem que tais sacolinhas são responsáveis pela poluição dos oceanos e motivo da morte de muitos animais. Há diversas outras ações diárias de todos nós que tem impacto negativo sobre os ecossistemas locais. Como poderíamos identificá-las e minimizar a produção de lixo não reciclável ou de difícil reciclagem?
Estes dias dei de cara com uma ferramenta poderosa. Não sou adepto do twitter (por enquanto, né?), mas vasculhando o microblog de um colega encontrei um dos vídeos mais esclarecedores de todos os tempos sobre a cadeia produtiva e o impacto de nosso consumo nos ecossistemas, numa visão local e global. O vídeo é narrado pela fantástica Annie Leonard, uma estudiosa e ativista em defesa do meio ambiente. As animações são divertidas e didáticas. O interessante é que podemos traçar um ponto em comum entre a crise econômica mundial, os hábitos de consumo defendidos pelas grandes potências econômicas e as crises dos governos locais, a degeneração da família e da sociedade. Mas isso fica pra outro post.
Uma versão do vídeo dublada e outra legendada em português são bastante úteis inclusive para mostrarmos aos nossos filhos. Se você é professor acho muito boa a exposição do vídeo aos alunos.
Quando vejo a ação e a atitude de muitas pessoas no dia-a-dia, me lembro das palavras da personagem Sarah Connor no filme Terminator 2: The Judgement Day. Ela olha para duas crianças que "brincam de lutinha" e pensa: "Nós não vamos conseguir." Sarah Connor teme pelo futuro da Humanidade. Graças a pessoas como Annie Leonard, o nosso apocalipse é diariamente adiado um pouco.

A História das Coisas (dub):


A História das Coisas (legendado):

terça-feira, 19 de maio de 2009

Música, Juventude, Inconformismo

Tentei não escrever sobre música, é verdade, eu juro!

Alguns dizem que toda juventude acaba... eu acho que não, há pessoas que são jovens a vida inteira. Talvez o corpo se desvanesça, mas a mente permanece. Ágil, contestadora, inconformada.

Algumas músicas parecem também não envelhecer. Isto se dá por causa do espírito que motivou a criação da canção. Quem diria que as psicodelias de Hendrix (James Marshall Hendrix - * 27/11/1942 T 18/09/1970) estão ultrapassadas, quando há tantos "guitar-heroes" de plantão por aí?

Esta música , de um grupo quase desconhecido, gravada em 1990, me parece tão atual como se tivesse sido gravada ontem... não, hoje de manhã. As roupas podem estar "datadas", as imagens também... mas a atitude de incorformismo e a espera do mundo melhor de amanhã, não.
Este é apenas um exemplo...Beatles, Elvis, Rolling Stones, Miles Davis, Bob Dylan, todos datados e todos eternos.

PS: por um problema no Youtube (os caras retiraram o áudio de alguns vídeos) posto aqui o vídeo:

E aqui o áudio:

Abraços!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Meu primeiro post

Para alguns, escrever é um processo tedioso. Escrever, só obrigado. Talvez sob a mira de um revólver? Ou tendo que sustentar a família… enfim, escrever nem sempre é algo agradável.

Para mim escrever sempre foi divertido. Não cem por cento do tempo. Não nas aulas de caligrafia. Não quando tinha que escrever na lousa 100 vezes “Nunca mais vou atear fogo no lixo da sala.” Mas sempre gostei do poder de criar um texto.

Desde cedo importunava meus parentes com cartas. Acho que de certo modo isso influenciou o modo como eles me tratam hoje… coitados! Depois foram as professoras de português, sempre me elogiando (quanto a minha mãe pagava pra elas fazerem isso?). Isso foi me dando certa motivação pra escrever, mesmo que ninguém lesse. Até a professora de inglês teve que aguentar meus textos naquele “english” que eu hoje em dia não chamaria de “shakesperiano”.

Com o advento da Internet (o longínquo ano de 1994, mas eu só passei a usuário da Internet em 1997) os textos passaram a ser dinâmicos, suscintos. Os chats, MSNs, ICQs e outras sopas de letrinhas vieram revolucionar e somar à linguagem escrita. Revolucionaram o jeito de escrever e somaram formas de se comunicar. Aliás, dados de um estudo que não sei onde vi mostram que a comunicação foi a área do conhecimento que mais se desenvolveu nas últimas décadas.

Enfim, depois de alguns aninhos, resolvi criar um blog pra escrever sempre que tiver vontade. Hoje os parentes não me dão e-mail nem endereço, as professoras de português já se aposentaram, a de inglês não sei por onde anda… finalmente, só sobrou a Internet mesmo.